Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, "o país registra uma taxa de 11,1 doadores por milhão de pessoas. São cerca de 2 mil doações por ano, mais que o dobro da quantidade registrada em 2003, quando foram contabilizados 893 doadores efetivos. Em 2010, a doação de órgãos foi de 1.896 e, espera-se atingir até dezembro deste ano, 2.144 doações".
Por conta disso, aumentou para 10% o número de transplantes realizados entre o primeiro semestre de 2010 com o mesmo período deste ano. O ano passado foram 10.150, passando para 11.242 contabilizados até junho de 2011. A projeção do Ministério da Saúde é que, até o fim deste ano, sejam realizados mais de 23 mil transplantes no país.
Na noite de terça-feira (27/09), data em que se comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançou em Brasília uma campanha de incentivo a doações de órgãos. Sob o tema "Seja um doador de órgãos, seja um doador de vidas", procura conscientizar os brasileiros sobre a importância da doação de órgãos para transplantes. Com o projeto, o governo federal pretende alcançar a taxa de 15 doadores por milhão de pessoas até 2015.
Saiba como ser doador
Coração, fígado, rim, medula óssea estão entre os órgãos e tecidos que podem ser doados. A doação pode ocorrer a partir do momento da constatação de morte encefálica, sendo retirados uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas. É importante lembrar que alguns órgãos podem ser doados em vida, como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea. Para ser doador, o passo principal é conversar com familiares para que fiquem cientes de sua vontade caso venha a falecer, isso sem precisar deixar nenhum documento por escrito.
Quem vai ser o receptor dos órgãos?
Quando ocorre a morte e os parentes informam sobre o desejo do paciente que entrou em óbito em ser doador, a Central de Transplantes é comunicada e avalia nos cadastros técnicos as informações de quem está na fila esperando um órgão. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida por exames de compatibilidade entre o doador e o receptor. Por esse motivo, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a receber o órgão.
Em vida, o cidadão pode ser doador se avaliado pelo médico que o ato não comprometerá sua saúde e aptidões vitais durante e após a doação. O órgão pode ser transplantado em algum parente até quarto grau e, no caso de pessoas que não sejam da família, somente por autorização judicial. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos.
País é referência mundial
O Brasil é considerado referência na realização de transplantes. Isso porque cerca de 95% das cirurgias são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma totalmente gratuita. É oferecido assistência integral ao paciente transplantado, incluindo exames periódicos, medicamentos pós-cirurgia, atendimento hospitalar em caso de emergência e apoio de profissionais como psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta e assistente social.
São 548 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipes médicas autorizados a realizar transplantes, sendo que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) está presente em 25 estados do país, por meio das Centrais Estaduais de Transplantes. O investimento anual do Ministério da Saúde no SNT, em 2010, ultrapassou R$ 1 bilhão.
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